Já ouviu falar da Europa pós-cristã?
Por Iana Coimbra (i - Relevante)
Há anos ouço o Pr. Gustavo falar sobre isso, mas eu nunca tinha conhecido ninguém que de fato tivesse esse tipo de pensamento. Até encontrar o Georg e a Elizabeth. O Fred e o Georg moraram na mesma república na Escócia e foi lá que o convite para conhecer o Brasil foi feito. E ele e a namorada vieram mesmo. Da Áustria para o Brasil.
Eles são católicos nominais, mas não acreditam muito na Bíblia. Para eles esse é um livro que não deve ser considerado literal e nem levado muito a sério. A cruz com certeza não é algo que de fato aconteceu. Seria cruel demais. Salvação? Para quê? De quê? Não existe inferno. Sim, Deus existe e Ele está em algum lugar distante no céu, porém eu sou o centro do meu mundo, e isso não é importante para o Todo Poderoso. No final das contas, cada um deve cuidar da sua vida, porque depois da morte todos se darão bem.
Os dois são pessoas incríveis, muito inteligentes e me impressionei com a eloquencia do Georg. Foi aí que ele me disse uma coisa que me fez pensar: "- Eu não suporto missionários". Juro que tentei controlar minha expressão, mas ele percebeu meu susto e começou se explicar. "- Eles não respeitam a minha opinião, Iana. E também não sabem conversar". Respeito: a palavra da vez.
Durante esse tempo que eles passaram conosco essa foi uma das coisas que mais aprendi. A respeitar. Não dá para ser intransigente. Não dá para querer "enfiar Jesus goela abaixo" das pessoas. Não dá para querer impor uma cultura de um dia para o outro. Tudo começa com respeito. Jesus é o maior exemplo de cavalheirismo. Ele não obriga ninguém a aceitá-lo, da mesma forma como Ele não rejeita ninguém. As pessoas precisam aprender a conversar. E é preciso se informar também, se interessar pelo universo do outro, sair das quatro paredes do "evangelho bitolado".
Nos dias em que estivemos com o Georg e a Elizabeth procurei mostrar quem é Jesus para mim. Tanto os levando para ver como é um culto protestante brasileiro, como em coisas simples do dia a dia. Uma noite fui ajudá-los a comprar pela net passagens aéreas. Eles tentaram várias vezes, mas não conseguiam. Aí eu brinquei: "- Vou falar aqui com Jesus e Ele vai me ajudar. Quer ver?". Eles riram e me lançaram um olhar com o maior descrédito do mundo. Orei rapidamente e fiz a mesma coisa que eles já tinham feito 7 vezes. Deu certo. Eles ficaram surpresos e não perdi a oportunidade: "- Tá vendo. O meu Deus liga para os detalhes. A viagem de vocês também é importante para Jesus. Ele é o cara!".
Passamos dias muito bons e eles voltaram para a Áustria. Nesse tempo buscamos oferecer a eles o nosso melhor, de todas as formas possíveis. Em nossos diálogos os escutamos e os valorizamos sempre, mostrando também, é claro, nosso ponto de vista. Eles já se foram e ficou a amizade, o carinho, a saudade, e é claro, o respeito.
Não existem fórmulas prontas e não somos sabedores de tudo. Então me lembro de Agostinho: Pregue, e se for preciso, use palavras. Talvez o problema esteja justamente aí. Estamos falando demais. (i - Relevante)
Meu Comentário - A história de Iana é interessante, por que em vez de falarmos e pregarmos, não conquistamos primeiro a confiança e amizade das pessoas em vez de tentarmos impor nossa fé com as melhores intenções para que as pessoas se convertam?? No caso de Iana a experiência falou mais alto, o que acontece na Europa, é algo fruto de um cristianismo hipócrita, mais religioso que espiritual, mais de púlpito que de sala caseira. O islamismo que cresce na Europa, cresce entre os transplantados, filhos de imigrantes, mas estes europeus frios e sem filhos, é uma geração que está morrendo e que nós temos o dever de tentar salvar, mas sem teologismos e sim com mais amor e convivência. (Pedrovida12)
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